Um bom projeto de Iluminação pode realçar elementos arquiteturais, assegurar conforto visual, garantir segurança e bem-estar no espaço. Além disso, o uso da luz adequada permite criar ambientes que influenciam de forma positiva em nosso relógio biológico, o que estabiliza nosso ritmo circadiano, ajuda a melhorar o humor e contribui para uma boa noite de sono. Quer saber como?
Para entender a maneira com que a iluminação interfere na saúde na criação de ambientes saudáveis, é preciso compreender os trajetos e os efeitos da luz no organismo humano.
TRAJETOS DA LUZ E SEUS EFEITOS
Quando entra pelos olhos, a luz passa por dois caminhos separados: o visual, que processa as informações enviadas através de fotorreceptores da retina ao nosso cérebro – ajudando na percepção do mundo ao redor -, e o biológico, que possui um conjunto de fotorreceptores chamados Células Ganglionares da Retina Intrinsecamente Fotossensíveis (ipRGCs).
Por meio do segundo caminho, um sinal é enviado para o relógio biológico, conhecido como ciclo circadiano, fazendo com que ele seja sincronizado com as informações que recebe do ambiente externo. Esse ciclo é responsável pela secreção da melatonina, um hormônio natural que afeta a modulação do padrão vigília/sono, produção do cortisol, digestão, aumento e diminuição da força muscular, regulação da temperatura corporal e resposta imune.
Os efeitos psicológicos também participam do processo da luz. Eles estão relacionados com o conceito de bem-estar e podem sofrer alterações, em razão de preferências individuais e culturais, diferenças de gênero, além do estado físico e emocional de cada indivíduo.
TRANSFORMAÇÕES NO CICLO CIRCADIANO
Historicamente, nós, seres humanos, fomos expostos a um padrão de luz solar pela manhã, que ia diminuindo gradualmente até a chegada da noite. No período noturno, não éramos expostos à luz de alta intensidade, já que a principal fonte era a luminosidade da lua, das estrelas e do fogo. Desse modo, o ciclo circadiano – um ciclo biológico que se repete aproximadamente a cada 24 horas e é controlado através do dia e da noite, de padrões claros e escuros – seguia a dinâmica da luz natural, ou seja, do sol.
Com a descoberta da lâmpada elétrica, ocorrida em 1879, deixamos de iluminar com velas, lampiões a gás e tochas de madeira e passamos a usar diversos produtos elétricos na iluminação. Hoje em dia, passamos a maior parte do tempo em locais fechados, com iluminação incessante e usamos a TV, tablets, computadores e, principalmente, celulares até tarde da noite. Esses aparelhos emitem muita luz azul, que é a cor mais sensível das três – azul, verde e vermelha -, que os receptores do sistema visual captam, tornando o nosso sistema biológico variável.
Diante dessas transformações, ficou difícil para o corpo saber quando é dia ou noite. Durante o dia não aproveitamos a luz natural intensa que recebemos ao ar livre, e à noite, quando não deveria haver nenhuma luminosidade, recebemos muita luz azul. A desordem do ciclo gera distúrbios do sono, alterações hormonais e, segundo pesquisas recentes, pode resultar em doenças cardiovasculares. Mas, calma, nem tudo está perdido!
SOLUÇÕES DE ILUMINAÇÃO SAUDÁVEL
O ideal, para quem não tem luz natural em abundância ou trabalha distante de uma janela que propicie isso, é elaborar um projeto de iluminação que regule a intensidade e variações de luz mimetizando a iluminação natural.
Os benefícios dos sistemas inteligentes de iluminação por LED são exemplos disso. Neles, podemos ajustar facilmente a temperatura da cor da luz, sua intensidade e programar o sistema para imitar o espectro da luz natural ao longo do dia: passar de alta temperatura de cor, ou seja, alto conteúdo azul, para a baixa e, da mesma forma, diminuir gradualmente a intensidade à medida que o dia avança.
Quer saber algumas soluções e produtos que podem ser usados em um projeto de iluminação focada em bem-estar? Leia o próximo post.